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Quando fecho os olhos - Cláudia Rogéria

Cláudia Rogéria, de origem Santo-Antoense. Fala com muito carinho de sua mãe,Maria Cipriano, que foi uma das primeiras professoras da cidade, e de sua infância quando vinha passar as férias em Santo Antônio e se divertia brincando no Vale do Riachão. Ela disse que sempre que vai ao município a passeio visita o rio, mesmo ele estando seco. Cláudia hoje é educadora, reikiana e coach. Trabalha na área da educação à muitos anos e já ganhou vários prêmio; especialista em Planejamento e Gestão Escolar; participou como co-autora de algumas antologias como: Mulheres de Sucesso do Vale do São Francisco e o livro Gentes. Mesmo estando um pouco distante fisicamente da cidade, ficou sabendo dos trabalhos iniciados pela recém criada Academia de Letras do Vale do Riachão - ALVAR e hoje acompanha todos os nossos trabalhos. Buscando contribuir para o sucesso da academia no sentido de incentivar os novos talentos literários da região. 

Quando fecho os olhos

Cláudia Rogéria

Trazer de volta as lembranças da infância; recordar os prazeres dos momentos simples é poder transpor-se de volta à própria essência e aquietar a alma em um breve piscar de olhos. É assim que me transporto para a felicidade, quando me sinto perdida em meio aos padecimentos da vida. 

Fechar os olhos por alguns instantes e lembrar que tive uma história de aventuras e ilusões que me fizeram ser a sonhadora e realizadora de hoje, conforta-me, faz-me sentir deslumbrante e autentica! Assim quando fecho os olhos me conecto com essa criança interior e posso rever os meus pais e a casa de meus avós onde passávamos as férias, tomando banho com os primos e tios no Rio Riachão. Ainda sinto o cheiro da terra molhada e o prazer de ficar debaixo do pé de juá francês... Como não sentir essa energia? 

Ao lembrar os momentos que tive na infância, tenho a inspiração para a mudança e para adaptação a tudo que é novo. 

Do meu pai puxei o gosto pelas viagens e sua autenticidade, pois Francisco Gomes foi um potiguar que, como um solitário motorista de ônibus, trazia na sua essência os traços de um boêmio viajante, vivedor de histórias. Da minha mãe, Maria Cipriano, dizem que puxei a sabedoria, pois foi uma das primeiras professoras da minha cidade natal, Santo Antônio de Lisboa, no Piauí. Ela deixou em um memorial escrito, que guardo com muito carinho, relatos das suas expectativas ao ser mãe pela primeira vez e como se deu o nascimento de cada uma das suas três filhas. 

Essas lembranças me trouxeram a inspiração para escrever e registrar em um caderno as minhas emoções e projetos de vida, com a intenção de um dia virar um livro, ou simplesmente através dele, dialogar com meus netos e bisnetos. São nessas anotações que vejo a minha evolução e as etapas vencidas ou não. 

Hoje, sou professora, reikiana, coach e acho importante frisar que a educação sempre esteve presente e me deu forças em todas as fases da minha vida. Com os ensinamentos e amor que meus pais deixaram “em mim”, posso sim, ser protagonista da minha vida e os momentos de pesares que chegarem batendo na alma, serão deixados de lado com um simples fechar de olhos, afinal tive a quem puxar!