Ensaios

As curvas de um longo caminho: uma excursão pela vida de José Gilson Chagas


Por Rômulo Rossy Leal Carvalho


Considero inexequível escrever o que for sobre José Gilson Chagas (Santo Antônio de Lisboa – PI, 05/08/1950) sem desvencilhar seu caráter pessoal da sua trajetória ínclita e paradigmática como profissional (professor, poeta e romancista) aqui e alhures.

Decerto que a grande maioria dos críticos literários – ao menos os quais já tive acesso – assim o fazem: analisam obra e autor numa intercalação dos princípios, da ética e da poética que os norteia. Com o santo-antoniense, membro da Academia de Letras da Região de Picos (ALERP) e da Academia de Letras do Vale do Riachão (ALVAR) não transcorre o oposto.

Aquele menino, que saiu de casa cedo enquanto a genitora rogava aos céus que não lograsse êxito no exame de admissão do então colégio picoense Marcos Parente, despontou como poucos nas categorias a que se propôs conquistar, e com êxito. Digamos que Gilson Chagas é um daqueles que sublimam, isto é, passam de um estado a outro de vida embebido de méritos que o tornam singular e que fizeram dele uma figura conhecida entre os grandes e assinalada neste país. Não lhe foi faltoso o afinco, a luta, assim como lhe foi e são copiosos: o talento, a disposição e, plausivelmente, a humildade e simplicidade – particularidade dos nobres – e eu acrescentaria a justiça que, ao ver da filosofia aristotélica, é a virtude total.

É de um júbilo inefável saber que temos em nosso estado nomes os quais, tendo ciência da própria incompletude, e que deslancharam mundo afora, sempre estão dispostos a aprender, seja no próprio ofício ou com o próprio “andar da carruagem”, ou com as curvas do próprio caminho, da e na vida. Gilson Chagas se encontra, catedrático, nesse rol.

Gilson não é só mestre pelo fato de ter cursado mestrado em Ciências Empresariais/Contabilidade, mas pela maestria de cumprir o dever pelo dever, como diria o filósofo prussiano Immanuel Kant. Mais que isso, ele é das personalidades, ainda aludindo à filosofia kantiana, que saiu, bem cedo, da menoridade da razão e, por conseguinte, pôde se tornar, e o que é, um homem/profissional esclarecido. Se no chamado “Século das Luzes”, os iluministas buscaram sobrepor razão e ciência à fé, Chagas é daqueles que, no pináculo de um compreensão sobre o seu mundo e o de seus contemporâneos ou não, jamais se esquivou de se pronunciar, fosse pela crítica, pela denúncia do que julga injusto, fosse pelo encômio aos seus muitos e também renomados amigos/colegas/confrades/familiares, fossem ou sejam eles escritores, pintores, de cujas agremiações ele é membro, combinando o que há de intemerato na fé em Deus e o que há de fundamental no curso da ciência (sejam as chamadas ciências moles – as humanas – ou as duras – as da natureza). Tal postura deixa inequívoco o seu senso impávido e colosso, como se ilustra no Hino Nacional – herdeiro do positivismo que vicejou do século XIX para o XX e que ainda resiste.

Sobre o mestre, hoje residente na capital federal, já foram escritos vários artigos nos quais se assentaram críticas literárias bem fundamentadas, dentre as quais posso citar, a título de informação apenas, as do poeta Francisco Miguel de Moura, e da escritora Deolinda Marques, entre outros. O poeta Adalberto Lima, na segunda edição do romance “Música para Pensar” (2017) – e se referindo ao romance sobrescrito – foi bem cirúrgico: “É um clássico que traz como pano de fundo a função formativa. E, por isso mesmo, um livro que deve ser lido e estudado (...)”.

Aproveito o ensejo para me deter sobre esta obra “Música para Pensar”, que, a meu ver, é sempre um pensar sobre música e suas múltiplas vertentes interpretativas. Talvez, uma das mais belas obras humanas – com a licença da ciência de que sua existência é, ao ver de muitos, dentre os quais me encontro, celestial –, a música diverte, informa, denuncia, anuncia, delega, advoga, acusa, faz, de fato e de direito, pensar.

Junto à obra supramencionada, o escritor já lançou: “Curvas do meu caminho” (poesias – 1973), “A ferro e fogo” (romance – 1983), “Juventude, um grito de esperança” (pesquisa – 1997), “O princípio da contabilidade” (1998), “A ética e atividade contábil” (2008), “Sonho de Joca” (romance infantojuvenil – 2010), “O que você precisa saber sobre dízimos e ofertas” (ensaio bíblico – 2014), “O que você precisa saber sobre namorar e casar” (ensaio bíblico – 2014), “Música para Pensar” (romance – 2009), “Contabilidade geral simplificada” (2013), “Contabilidade intermediária simplificada” (2014), “Contabilidade simplificada para concursos e exame de suficiência” (2017). É notória, portanto, a proficuidade e, de forma protuberante e versátil, a curva sem resvalo em que Gilson Chagas se carrilha.

Face à magnitude que agasalha o professor e escritor alerpiano e alvariano, vou me deter a um breve panorama (pelo qual peço indulto ao autor, caso não lhe fique a contento). Achega-me a mim e já me fascina um excerto do prefácio, sumária e brilhantemente escrito pelo cantor, compositor e político itainopolense, Frank Aguiar: “(...) o romance, para nós, já nasce marcado pela chama do sucesso, por conseguir retratar de uma forma muito criativa e sensível todas as agruras por que passam aqueles que intentam vencer essa longa jornada da vida, mas que, entretanto, jamais abrem mão de seus sonhos, podendo até adequá-los à realidade posta à sua frente, mas sempre comprometidos com o maior sonho de todos nós: ser feliz” (grifo meu).

Se há dito que a felicidade é um estado. Eu concordo e acato as discordâncias. O sonho e o sonhar são elementares entre os Guarani, os Yanomami, os Krenak. Eles não se concentram exclusivamente na seara ocidental/branca.

Pela Natureza, associo Gilson a um rio, cuja represa não detém, e outrossim como uma música – de acordes: letra e melodia muito bem compostos. E esta, a música, é, de acordo com o historiador e professor da Universidade de São Paulo, Marcos Napolitano, uma das mais promissoras fontes históricas. Coincidentemente, Napolitano tanto escreve sobre música como é especialista em Ditadura Militar (1964-1985) no Brasil, o que podemos concatenar com a narrativa de “Música para Pensar”, clássico de Chagas.

Em trinta e sete capítulos, ambientada nos anos de 1960 a 1980, a trama romanceada mergulha na jornada do jovem Joca, ou futuro George Petras (Jorge Barros Poroso).

Creio que muito do que já foi exarado, em termos de crítica literária, tenha dado conta do recado em observar tanto do ponto de vista estilístico como do gênero, o texto de “Música para Pensar”.

Existiram muitos Georges Petras sufocados pelos chamados “anos de chumbo” que dividem opiniões, na maioria delas controversas, sobre a mesma época. Conta meu avô materno, que viveu toda a época da Ditadura, que ele nada sentiu de distinto dos outros anos – o mesmo não se pode dizer daqueles que estavam à margem do sistema abordado, com primor, no romance de Chagas. De fato, quem viveu no interior do Piauí e quem viveu numa capital, como São Paulo, ou no caso do enredo, São Caetano do Sul, as realidades eram bem distintas.

As cento e oitenta e seis páginas merecem deveras a atenção dos leitores e leitoras que ainda não tiveram a oportunidade áurea de folhear um texto tão primoroso, com conexões históricas; literário, mas nem por isso apático às mazelas que até os dias hodiernos exacerbam o Brasil e não pedem licença para nos combalir e/ou exaurir.

Ainda há muito sobre o que escrever sobre a Ditadura Militar no Brasil (especialmente os silêncios ou, como dizia Phillipe Ariès, o endosso à “morte da morte”). O trabalho de Chagas em “Música para Pensar” é uma chave salutar para investigar um dos capítulos de situações e personagens antagônicos, que ora dialogam ora discutem; ora perseguem ora são perseguidos.

O trabalho é, portanto, e se faz, acentuadamente atual. Ele agudiza a relevância de abater, com truculência, o negacionismo – como existe hoje no Chile no que se refere à ditadura militar que lá se irrompeu nos anos de 1970, com a propagação vigorosa de cenas marcantes da tortura.

Ao lado de um enredo marcante, Chagas escolhe trechos de canções que rememoram os anos em que transcorre a história, fruto da mente genial de um prodígio imensurável. Um dos excertos é do baiano Caetano Veloso, em saudação à capital piauiense, Teresina, cujo vocábulo derivou de uma homenagem à segunda e última imperatriz do Brasil, Thereza Christina: “Existirmos, a que será que se destina? / Pois quando tu me deste a rosa pequenina. / ... / E éramos olharmo-nos intacta retina / a cajuína cristalina em Teresina”.

José Gilson Chagas é um nome como poucos – parece-nos e é um clichê declarar isso. Mas com ele é distinto. Gilson transluz, no próprio olhar, uma sagacidade aguçada, uma propriedade efusiva no que diz e faz; é uma companhia agradável, um professor de referência basilar, um escritor polido, destemido e portentoso.

Para arrematar, eu corroboro com o que escreveu o poeta (in memoriam) Hardi Filho: (...) Gilson Chagas, sem dúvida, deve ser visto, tratado e considerado como um dos melhores romancistas da atualidade brasileira”. E, mais que isso, temos, em “Música para Pensar”, a pretexto da fala de Frank Aguiar num fragmento do prefácio: “(...) a consagração, no final do texto, da máxima popular que diz: ‘Deus escreve certo por linhas tortas’”, eu me aparelho a Joca, quando a este se retruca: o vereador não é um poeta doido, é um doido poeta! O que seria do mundo sem uma das máximas

raulseixistas: “Eu não sou louco. O mundo é que não entende minha lucidez”?

Só apeteço que essa brevíssima e tímida excursão vocabular cumpra o que, em seu bojo, tencionei: prestar uma singela homenagem a José Gilson Chagas, nome robusto e que jamais se deixou empedernir pelas pedras que, certamente, estiveram nas curvas do seu caminho.




Pedras que cantam, deitam e rolam: impressões sobre vida e obra de Assis do Sertão

Por Rômulo Rossy Leal Carvalho


Tomo licença para, parafraseando o escritor piauiense Homero Castelo Branco, me referir a uma das mais ilustres personalidades nascidas em seio sãojuliãoense, chamando-o assim: Assis do Sertão, sujeito que atende pelo nome completo de Francisco de Assis Sousa, poeta, cronista e professor.

Assis do Sertão é um artista polivalente. Consegue mapear, como um antropólogo escarafuncha uma cultura ou culturas, elementos que fazem parte da seara sertaneja de uma forma ímpar. As experiências de quando era infante galgaram-lhe passos que dizem respeito ao seguinte – como escrevo em “História em Crônicas” (2019) –: “o cronista, antes de tudo, é um bom observador”. Assis, além de bem observar, tem outra característica que tão bem justapõe a observação: ele sabe, com polidez, alinhavar ideias, fatos, aglutinando descrição, narração e dissertação em seus textos, sempre munidos de informações múltiplas e um olhar apurado, com método peculiar, e o que é sintomático: se amalgama à literatura libertária sendo dela um expoente.

O hoje presidente da Academia de Letras da Região de Picos, meu confrade na Academia de Letras do Vale do Riachão e que já fôra meu professor de Literatura, ensinou-me, pelo seu exemplo, como redigir uma crônica. As que eu já conhecia – algumas, também, por meio dele – geralmente eram as de Rachel de Queiroz, até hoje uma das minhas autoras prediletas. Assis, por outro lado, tem uma capacidade de síntese singular. Ele escreve o que é preciso e, magistralmente, dá conta de dizer o necessário. Nele se interpola a crença de que um bom texto é aquele em que “se escreve pouco, mas se diz muito”.

Tive um professor na universidade, quando cursei História, que afirmava que todo texto precisava: na introdução (dizer o que se ia dizer); no desenvolvimento (dizer); e na conclusão (dizer o que foi dito). Dissidências à parte, a tese subsiste na escrita de muitos autores/escritores brasileiros. Em Assis, o tempo não é dinheiro, como apregoa a filosofia – hoje eu diria neocapitalista – tratada por Edward Palmer Thompson, historiador inglês. O tempo é uma valsa que precisa ser tocada, ou um berrante, ou ainda um aboio do gado, no fim de tarde, com um sol ainda a pino, escaldando as costas do sertanejo calejado.

Prof. De Assis – como a ele me refiro – já lançou, como autor independente, seis livros: “A margem esquerda do rio” (poesia, 2007), “Sorria, enquanto é tempo” (crônicas, 2011), “Filhos do Asfalto” (crônicas, 2014), “O visionário” (ensaio biográfico, 2014), “Pedras que cantam” (crônicas, 2016) e “Minha vida em sua boca e outros poemas” (poesia, 2019). Seus escritos mergulham, sem pavidez, e revelam-se, numa linguagem que se desnuda completamente e decorre dos seus sentimentos tanto memorialistas, como seu profundo senso crítico calcado na responsabilidade social e política que não escapa à sua retina.

Assis é um poeta das palavras que insistem em não serem escamoteadas, que serpenteiam depois da chuva tão almejada pelo sertanejo pobre e inquebrantável – mas também livre e feliz – e que, ao cheiro da terra molhada, dizem e se materializam na busca solene e inexaurível de libertar, pela arte, as pessoas, haja vista que “(...) temos o pleno dever de expor aquilo que criamos” (Joseph Beuys) – epígrafe que escolheu para “Filhos do Asfalto”.

O sujeito que lê e, mais que isso, absorve o que é lido, nunca é ou será aquilo que já foi um dia,

dizia o antropólogo e sociólogo pernambucano Gilberto Freyre. Decerto que a poesia e a vontade pulsante impulsionaram De Assis desde a infância a recriar o universo por meio da leitura e, consequentemente, da literatura, razão pela qual ele, assertivamente, declara: “o sertão é um mundo”. E foi e continua sendo este mundo que fascina Assis do Sertão que o serve e é por ele servido de um rebento literário.

Ao ver do gigante José Gilson Chagas: “Assis Sousa não será um nome comum; há de ser marcado entre os raros. O amanhã lhe promete destaque em lista nobre (...)”. Eu ouso, a partir da afirmativa do escritor e professor santo antoniense, afirmar que este amanhã já chegou, e viçosamente, num hoje que viceja o ser em sobreposição ao ter, meramente. E quanto ao nome, como já escrevi sobre Raul Seixas, digo que Assis é um daqueles a quem o nome “ilustra um renome”, isto é, uma pessoa renomada – incluídos aí caráter, responsabilidade e justiça social – é sempre uma referência, e isso não acontece com qualquer um, dados critérios que implicam em arte, educação, ética e compromisso social.

Me fascina e inspira em Assis do Sertão, para além do chamado que toma de John Lennon: “Give Peace a Chance”, a sua capacidade de ler as pessoas e seus comportamentos, desde uma escala que compreende o homem da roça de um município remoto até acontecimentos que dizem respeito ao globo inteiro, especialmente as megalópoles. Esse percurso, que considero difícil de costurar, não foge à agudez da sua percepção e se transluz na sua caneta sempre robustecida e abastecida da tinta da prudência.

Como artistas de peso como Raul Seixas, Renato Russo, Cazuza, Chico Buarque, Assis se recusa a se calar, pois sabe que, silenciando-se ou sendo silenciado, as pedras irão cantar, e digo mais: deitar e rolar à vontade. Na sua escrita, o inverno e o outono passam de forma mais célere, enquanto o verão da chama que arde em seu peito se prolonga até a chegada da primavera em que, gentil e vividamente, colhe as flores que plantou e que planta nas suas múltiplas funções como pessoa e como autor. Ainda espelhando sua inspiração em artistas brasileiros e estrangeiros, cabe a apurada e desinibida forma com que encara os rumos que uma humanidade, muitas vezes, definhada, engatinha, denunciando, como o fez Bruno Latour, uma modernidade que praticamente, senão o fez, dissolveu o humano a ponto de transformá-lo num objeto, ora peça de compra, ora peça de venda.

Não se ausentam dos seus textos informações que excursionam livremente pela história, pela filosofia, pela sociologia e pela antropologia. O esporte também é um de seus fortes. A paixão pelo futebol também é constante em algumas de suas crônicas – vide “A arte de Leonel Messi” (2016) e “Coisas do futebol” (2014) a título de exemplo – quando a demonstra, em texto, sem negligenciar do caráter mercadológico que existe em volta do esporte, mas também, e felizmente, a felicidade do encontro entre não só países, mas mundos, como acontece em uma Copa – mesmo que para acontecer uma, como o foi a mais recente, tanto sangue tenha sido derramado.

Assis Sousa não é de chorar. Mas não escapa, interiormente, das lágrimas resultantes do inconformismo diante de um determinismo social e histórico em que se acentuam desigualdades raciais radicais no Brasil. Ele faz da crônica e da poesia um manifesto político, até mesmo naquelas que aparentam tratar apenas de uma memória ou de uma conversa entre dois amigos. E isso confere a originalidade e a genialidade do autor: da situação corriqueira, banal, ele extrai um texto, uma memória, que servirão de subsídio para o entendimento de um passado que dirá muito do que se viverá num futuro presente ou num presente futuro.

Assis do Sertão já está no futuro e já é, aos moldes da famigerada sentença, “alguém na vida”, e

muito destacamente na literatura não só estadual, nacional, mas universal. A crença de que só se chega a ser “alguém na vida” em um dado futuro – que é sempre aquele em que há benesses materiais de sobra – é severamente criticada pelo filósofo e ambientalista indígena Ailton Krenak: a criança já é alguém na vida, o jovem já é alguém na vida, nós já somos alguém. E Assis do Sertão o é. E, sendo esse alguém que, além de bem escrever, poetizar e agir no mundo – como diria Paulo Freire, alguém que nele se insere, e não somente se adapta – ele tece sua história com uma longanimidade preclara como ser vivo, porque entende o valor do humano: nas relações pessoais e sociais, e na dignidade humana que tem sido, sobretudo face às brechas e fagulhas totalitárias que insistem em resistir à vida e à liberdade, profundamente abalada nos últimos anos. Vamos sorrir enquanto é tempo. Talvez, chorar também, se for o caso, para que não haja a “morte da morte”, como insinuou Phillipe Ariès – um exemplo claro da postura negacionista que tem conspurcado, em grande medida, o Brasil dos últimos anos.

Vida longa a escritores e professores com a envergadura de Francisco de Assis Sousa. Esticando as pernas na rede até hoje, ele certamente, vislumbrando as estrelas, manterá sólida e vivaz sua inspiração para nos brindar com outros tantos trabalhos que orvalharão a esperança de que tudo o que é adverso à liberdade e à criação, pela arte e pela educação, seja rapidamente detido.

Como anota o escritor, advogado e membro da Academia Piauiense de Letras, José Ribamar Garcia: Assis escreve de forma espontânea e desembaraçada. Não haverá embaraço que o impeça de dizer o que deve ser dito, nem de fazer o que tem de ser feito. Essa é a responsabilidade de um bom e cônscio escritor. Enquanto vem mais uma crônica, mais uma poesia, e tudo se coaduna num livro, nós, seus leitores, as leitoras, os amigos, amigas, aguardamos a centelha que reflete do sol na pedra sólida que ele ouve cantar, ou melhor, que ele escuta e, depois, adverte que “viver é desafinar o coro dos contentes”.